A condição é definida como um grande episódio de depressão que começa nas quatro semanas após o parto e é considerada um grande problema de saúde pública.
O estudo, publicado na revista médica "Archives of General Psychiatry", revela que na mesma proporção em que os níveis de estrógeno caem abruptamente nos três a quatro dias após o nascimento do bebê, existe um aumento da enzima monoamina oxidase A (MAO-A) no cérebro.
A enzima quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam nosso humor.
Se o funcionamento dos neurotransmissores é afetado, a pessoa inicialmente se sente triste e após certo tempo corre o risco de ficar deprimida.
Os níveis mais altos foram registrados no quinto dia após o parto, coincidindo com o dia em que o humor das mães está no ponto mais baixo.
Uma curiosidade: animais ingerem a placenta no pós-parto para que haja uma reposição de nutrientes e de hormônios, já que durante o parto ambos são despendidos
A depressão pós-parto é um transtorno que se caracteriza por sintomas semelhantes aos da depressão comum: estado de humor rebaixado, pouca vontade de sair de casa, isolamento social, tristeza intensa e frequente, apetite e sono alterados. A diferença, no entanto, é que, na depressão pós-parto, esses sintomas aparecem na mãe, entre um mês e um ano após o nascimento da criança. Esse é um distúrbio não só de ordem biológica, mas também psicológica e social.
Não são só os hormônios que influenciam a depressão pós-parto. No plano psicológico, os principais fatores ligados ao desenvolvimento deste mal são:
- Pouco suporte do parceiro, geralmente quando é ausente durante a gravidez;
- Rejeição do filho, tanto pela mulher quanto pela família, incluindo também o pai da criança;
- Pouco apoio da família para a mãe;
- Insatisfação da mãe quanto aos cuidados recebidos durante a gestação;
- História de algum transtorno psiquiátrico, de ansiedade ou depressão previamente;
- Dificuldade de assumir o papel materno (redimensionamento da maternidade), que atinge principalmente as mães adolescentes;
Fatores relacionados à gestação e ao parto também podem servir de gatilho para a depressão pós-parto. Passar por poucas ou nenhuma consulta pré-natal contribui para que a mulher desenvolva essa depressão. O pré-natal bem feito ajuda a mulher a lidar melhor com a gravidez, a iniciar a estruturação de sua identidade de mãe para quando a criança chegar.
Dificuldades no parto, por sua vez – como sentir muita dor, por exemplo – podem tornar o evento traumático, atribuído à criança ou ao estado de gravidez, resultando também em casos de depressão pós-parto. Existem estudos mais recentes mostrando que, quando ocorre nascimento prematuro ou morte do bebê, também há maior risco para a mulher apresentar os sintomas da depressão.
Como é feito o tratamento?
O tratamento do transtorno, por sua vez, não é muito diferente do de outros tipos de depressão, exceto pelo fato de a paciente estar grávida ou em período pós-parto. Entra, então, a responsabilidade do médico que faz o pré-natal e do pediatra que está cuidando da criança, que devem observar os comportamentos da mãe durante a gravidez e até um ano após o nascimento. Nestes casos, a intervenção multiprofissional é ainda mais importante. O tratamento é feito com antidepressivos. Os sintomas podem ser aliviados de um a três meses, dependendo da efetividade do remédio e do suporte da família.
Quanto antes forem detectados os sinais de depressão, enquanto ainda são brandos, melhor o prognóstico. Também é importante a família estar atenta para o comportamento da mãe. Quando os sintomas começarem a aparecer, ela deve receber ajuda logo. Caso o problema seja diagnosticado, a atuação rápida de um psicólogo e/ou de um psiquiatra é fundamental.
A depressão pós-parto traz consequências não só para a mãe, mas também para os filhos. Mães deprimidas tendem a ser um pouco mais negligentes nos cuidados com seus bebês, impactando diretamente na saúde e no desenvolvimento cognitivo da criança.
Homens também sofrem do mal?
Sim, cerca de 10% dos pais também sofrem depressão durante o período pré-natal ou logo após o nascimento do bebê, sendo que o índice aumenta depois de 3 a 6 meses da chegada do bebê. Entre os pais, os fatores de risco e as consequências da depressão com a chegada do neném ainda são consideradas um mistério. O que se acredita é que no caso dos homens, a ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar à esposa estão entre as principais causas do problema.
Os pais precisam de uma atenção maior neste período, porque também podem influenciar negativamente o desenvolvimento do bebê se não receberem tratamento
Há um correlação entre a depressão materna e a paterna.
II -- 5 sintomas clássicos da depressão pós-parto
-- tristeza incontrolável que se alonga por mais de 14 dias
-- rejeição à criança
-- desafeto pelo bebê
-- falta de preocupação com cuidados básicos como amamentar o bebê
-- choro incontrolável
Há uma lista feita pela Associação Americana de Pediatria que elenca os principais sintomas da depressão pós-parto. Segundo a AAP, se a mãe tiver pelo menos 5 deles, tem-se o diagnóstico de depressão pós parto. São eles:
-- fadiga
-- desânimo
-- distúrbios do sono e de apetite
-- choro incontrolável
-- desinteresse pelo bebê
-- medo de fazer mal ao bebê ou a si mesma
-- variações de humor
-- culpa excessiva
-- preguiça
-- confusão mental
-- tristeza na maior parte do dia
-- interesse reduzido em todas as atividades
-- agitação
-- auto estima baixa
-- pouca capacidade de concentração
-- pensamentos sobre suicídio ou morte
III – Como funcionam os hormônios na gravidez
Estrógeno — Produzido nos ovários e na placenta, é o responsável pelas características femininas.
Progesterona — Produzida nos ovários e na placenta, prepara o útero para receber o embrião.
Gonodotrofina Coriônica (HCG) — Oriunda da placenta, estimula a progesterona e o estrógeno.
Melanotrófico — Aumenta a pigmentação de partes do corpo.
Prolactina — Estimula o leite.
Ocitocina — Contrai o útero para a expulsão do bebê na hora do parto e provoca a ejeção do leite na sequência.
As variações hormonais no corpo da mulher, durante a gravidez, provocam profundas alterações, tanto físicas como emocionais. Lidar com elas é um dos principais desafios de qualquer casal que esteja esperando um bebê. Alguns hormônios, como o do estrogênio, pode aumentar 30 vezes e isso tem reflexos no dia a dia da mulher. Veja algumas dicas:
Fim do ciclo menstrual e início da gravidez
Os dois hormônios que dominam no ciclo menstrual são o estrogênio e a progesterona. Ambos têm a função de preparar o corpo feminino para uma possível fertilização. Em geral, antes da ovulação, há a predominância de estrogênio e, após a ovulação, a taxa de estrogênio cai e cede espaço para a progesterona. Após a queda do nível de progesterona, a mulher menstruará e renovará o ciclo. Se a taxa desse hormônio não diminuir, significa que a mulher engravidou. Em um ciclo regular, a ovulação ocorre entre o 12º e o 16º dia, contados a partir do primeiro dia de menstruação.
Hormônio beta-HCG, para saber se está grávida
Hormônio produzido pelo ovário logo após a concepção. A detecção de sua presença no organismo é o indício em que se baseia grande parte dos testes de gravidez. Associado à progesterona, o beta-HCG tem um papel importante na manutenção da gravidez durante o primeiro trimestre.
Hormônio progesterona, responsável pelos enjoos
No primeiro trimestre da gestação, a placenta ainda está em formação e o que mantém o metabolismo da gravidez é a progesterona, produzida pelo ovário em altas doses. Após esses três meses, a placenta assume o controle. A taxa de progesterona varia de mulher para mulher e de gravidez para gravidez. De acordo com os médicos, quando esse nível é baixo, as chances de aborto na fase inicial da gravidez e de parto prematuro aumentam. A progesterona também é a responsável pelos famosos enjoos da gravidez. Como se não bastasse, ela provoca sono, salivação e alteração de humor. Algumas mulheres até emagrecem nessa fase por causa dos vômitos. Também é comum que ocorram inchaços no corpo, mesmo no início da gravidez. Porém é bom lembrar que muitas mulheres retêm líquidos mesmo antes de engravidar. Durante o ciclo, na fase pré-menstrual, a prática de atividade física ameniza a retenção hídrica, além de aliviar os sintomas da TPM (tensão pré-menstrual). No início da gravidez, no entanto, mesmo exercícios físicos leves costumam ser desaconselhados devido ao risco de abortamento. A partir do terceiro mês, em compensação, a prática de hidroginástica, natação, esteira, bicicleta ergométrica, ioga e pilates é muito indicada. Para evitar o inchaço demasiado, é importante que a gestante fique atenta à alimentação, pois o ganho excessivo de peso pode facilitar a retenção hídrica. A dica é seguir uma dieta rica em proteínas, pouco carboidrato e muitas frutas e verduras.
Hormônio estrógeno e os surtos de calor e rinite
O estrógeno tem uma atuação importante no sistema circulatório. Ele favorece a dilatação dos vasos e prepara o corpo da mulher para o aumento do volume de sangue em veias e artérias. Após a formação da placenta, no final do primeiro trimestre, o nível do estrogênio atinge índices até 30 vezes superiores às taxas anteriores à gravidez. Toda essa dilatação vascular contribui para a gestante apresentar sintomas de rinite, maior tendência a ter calor e até dores de cabeça. Outra função do estrogênio é a dilatação e o crescimento das glândulas mamárias para a futura amamentação. Pode ocorrer também uma relação direta no aumento da libido da mulher. Não raro, ela tem desejos sexuais durante a gravidez e o homem não corresponde por receio de machucar a esposa e seu bebê. Na adolescência feminina, o estrogênio é o hormônio de maior importância. É ele quem define as características dos órgãos sexuais femininos (pilificação, mamas, vagina) e também tem uma atuação importante na feminilidade, no brilho do cabelo, na textura da pele e até no timbre da voz.
Prolactina: hormônio do leite
Produzido pela placenta, é um hormônio que, associado a outro, chamado lactogênio placentário, tem a responsabilidade de deixar as glândulas mamárias aptas para a futura produção de leite. A ação desses hormônios começa a aumentar a partir do segundo trimestre de gravidez. Ao final da gestação, a atividade, tanto da prolactina quanto do lactogênio, é tão intensa que a gestante só não produz leite antes do parto porque a alta taxa de estrogênio no organismo corta essa possibilidade. É importante considerar que a prolactina interfere na disposição sexual da mulher ao reduzir a libido e ressecar a vagina. Mas esse efeito é mais intenso depois do parto, durante a amamentação.
Alterações metabólicas
Com a ação dos hormônios durante a gravidez, também há tendências de elevação nos índices de glicose e de triglicérides em razão das necessidades nutricionais do bebê. É preciso fazer o monitoramento da glicemia para diagnosticar precocemente uma eventual ocorrência de diabetes gestacional, que colocará em risco a saúde da mulher e do bebê. A principal prevenção para evitar o diabetes gestacional é não obter um aumento excessivo de peso no período. A pressão arterial também fica alterada durante a gravidez e as referências do que é ou não normal mudam. Por isso o médico faz sempre um acompanhamento.
Oscilações de humor
As alternâncias de humor, pela descarga de hormônios, são muito comuns na gravidez, sobretudo no primeiro trimestre – a partir do quarto mês, a gestante já começa a sentir seu bebê mexer e fica mais segura em relação ao bem-estar dele. O impacto das alterações emocionais pode ser minimizado com um pré-natal bem feito e, eventualmente, com medicações fitoterápicas, conforme a orientação do médico. Algumas gestantes podem precisar de apoio profissional para lidar melhor com suas emoções. Tratar os sintomas das mudanças hormonais ajuda a aliviar o mau humor. Usar sutiãs mais justos previne dores nas mamas. Medicamentos antieméticos, sob a orientação médica, minimizam crises de vômito. Para dores no corpo, as massagens são uma ótima pedida. Para inchaço, drenagem linfática. E assim por diante.
A partir do segundo trimestre, as dores nas costas aumentam a irritação da gestante. A origem do problema é uma mudança no eixo de equilíbrio causada pelo rápido crescimento do útero. A altura e o peso da gestante também interferem na intensidade da dor, assim como a quantidade de bebês no útero. Quanto maior o ganho de peso e mais sedentária for a gestante, pior será o desconforto, daí a necessidade de um controle da dieta e de prática de exercícios físico, de preferência os de baixo impacto.
Nos últimos meses de gravidez, a variação de humor tende a ser a mais intensa diante das inúmeras limitações para fazer coisas básicas, como andar, dormir, tomar banho, se vestir, ir ao trabalho. Nessa fase, ao se olhar no espelho e se sentir obesa e cheia de estrias, a mulher tende a ter problemas de autoestima, o que pode provocar crises emocionais piores.
Segue este link com ilustrações do que acontece no corpo da mulher durante a gravidez para arte:
http://bebe.abril.com.br/materia/o-que-acontece-com-o-corpo-da-mulher-durante-a-gravidez
IV – Atividades para aproximar mães e bebês
Ioga -- Os benefícios são mútuos. Para as mães, ajuda na recuperação da boa forma no pós-parto, não apenas para restaurar a silhueta, mas também para fortalecer as costas, peito e períneo, além de trabalhar o realinhamento postural, proporcionar alívio de dores geradas pela amamentação e das tarefas diárias como a de carregar o bebê.
A prática também ajuda a reduzir as tensões, auxilia no equilíbrio hormonal e mental, além de aprofundar o vínculo de mãe e bebê.
Nos bebês, previne as cólicas, ajuda a conquistar um sono mais profundo, estimula a flexibilidade natural, além do desenvolvimento psicomotor
Natação -- é uma excelente ferramenta para o desenvolvimento da criança: ajuda na coordenação motora, na noção de espaço, fortalece o sistema cardiorrespiratório, estimula o apetite, tranqüiliza o sono e previne contra doenças respiratórias. O bebê já é adaptado ao meio líquido desde a gestação, por isso tem reflexos e habilidades. A partir do 6° mês de vida, a adaptação do bebê no meio líquido já está indicada. Normalmente as aulas de natação são ministradas junto com os pais na piscina até os 3 anos, para que as crianças tenham condições de aprender com segurança, transformando o medo do desconhecido em um ambiente alegre e de prazer. Praticado com os pais, fortalece o laço afetivo e a confiança mútua
Shantala -- Originada no sul da Índia, é uma massagem que, além de relaxar a criança, tem como objetivo integrar pais e filhos. Além de promover a integração entre os pais e suas crianças, a massagem é capaz de aliviar cólicas, regularizar o sono, equilibrar o desenvolvimento psicomotor, acalmar e eliminar tensões do bebê.