Participaram do estudo 4.607 pessoas com idade superior a 14 anos, de 149 municípios de todas as regiões brasileiras. Os voluntários responderam a um questionário com mais de 800 perguntas relacionados ao padrão de uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas, além fatores a estes associados, como depressão e violência.
Observou-se aumento de 34,5% do consumo de bebidas entre as mulheres. “A médio prazo, vai aumentar as taxas de câncer da mulher brasileira”, alerta o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coodenador do estudo. Estima-se que 30% dos casos de câncer na população em geral tenham o álcool como um agente causador.
Segundo o pesquisador, um dos dados mais preocupantes é que 20% dos adultos que bebem consomem 56% de todo o álcool vendido no país, além disso, a maioria é do sexo masculino e tem menos de 30 anos.
Verificou-se que entre os entrevistados que consomem bebidas alcoólicas, 32% relataram dificuldade de parar de beber; 10% declararam ter machucado alguém em decorrência de consumo de álcool; 8% admitiram que a bebida já teve efeito prejudicial no trabalho e 9% admitiram prejuízo na família ou no relacionamento.
Laranjeira destaca que São Paulo é o único estado com uma lei rígida para inibir a venda de bebida para adolescentes e defende a proibição da propaganda de bebida alcoólica nos meios de comunicação. A pesquisa contou com apoio da FAPESP por meio do Instituto Nacional de Políticas sobre Álcool e Outras Drogas (Inpad).