O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse na primeira quinzena de maio que, tecnicamente, o Brasil vive uma epidemia de dengue, uma vez que a quantidade de casos identificada no país se enquadra no critério de epidemia definido pela Organização Mundial da Saúde (mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes). Ainda segundo ele, o cenário é mais grave nos estados de São Paulo, Goiás e do Acre.
Até o dia 18 de abril deste ano, foram registrados 745.957 casos de dengue no país. A incidência da doença chega a 367,8 casos para cada 100 mil habitantes. A Região Sudeste apresentou o maior número de casos notificados (489.636; 66,2%), seguida pelo Nordeste (97.591 casos; 11,5%), Centro-Oeste (85.340 casos; 12,4%), Sul (46.360 casos; 5,8%) e Norte (27.030 casos; 4,1%).
Dados da pasta mostram também que, até o dia 18 de abril, foram confirmadas 229 mortes em razão da doença. O número representa um aumento de 45% nas mortes provocadas pela dengue no país em comparação ao mesmo período de 2014, quando foram confirmados 158 óbitos. A Região Sudeste, novamente, concentra a maior parte dessas mortes (81,2%).
Qual a causa?
A infecção é causada pelo vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, originário da África que chegou ao continente americano na época da colonização. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento.
Como tratar?
Não existe tratamento específico para dengue, apenas cuidados que aliviam os sintomas.
Deve-se beber muito líquido: água, sucos, chás, soros caseiros etc. Não deve usar medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias. E sempre condulte um médico.
Sintomas
O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o tempo que a doença leva para se manifestar depois da picada se chama período de incubação. Os sintomas só aparecem depois deste período, e começam geralmente a partir do terceiro dia pós picada.
Dengue Clássica
Febre alta com início súbito
Forte dor de cabeça
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos
Perda do paladar e apetite
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores
Náuseas e vômitos
Tonturas
Extremo cansaço
Moleza e dor no corpo
Muitas dores nos ossos e articulações
Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Dores abdominais fortes e contínuas
Vômitos persistentes
Pele pálida, fria e úmida
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas
Manchas vermelhas na pele
Sonolência, agitação e confusão mental
Sede excessiva e boca seca
Pulso rápido e fraco
Dificuldade respiratória
Perda de consciência
Na dengue hemorrágica
O quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.
O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar a evolução para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica logo que surgir os primeiros sintomas, pois podem ser confundidos com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade.
PREVENÇÃO
A prevenção é a única arma contra a doença.
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
1 - Mantenha a caixa d'água sempre fechada com tampa adequada
2 - Remova folhas, galhos e tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas
3 - Não deixe água da chuva acumulada na laje
4 - Lave semanalmente por dentro com escovas e sabão os tanques utilizados para armazenar água
5 - Mantenha bem tampados toneis e barris de água
6 - Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta
7 - Garrafas sempre de cabeça para baixo
8 - Cuidado com pneus velhos. Guarde-os sem água em local coberto e protegidos de chuva
9 - Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada
10 - Evitar o acúmulo de água
11 - Usar repelente
12 - Colocar desinfetante nos ralos
13 - Colocar tela nas janelas